A deficiência de micronutrientes interfere diretamente na produção de energia e na capacidade de recuperação do organismo, segundo a nutricionista Beatriz Lugli, da Clínica Viver Bem Mais. Em entrevista, a especialista detalhou como a falta de vitaminas prejudica quem pratica atividade física e explicou formas de identificar e corrigir o problema.
Energia limitada e fadiga precoce
Lugli explica que vitaminas do complexo B — B1, B2, B3 e B6 — atuam como cofatores em reações que convertem carboidratos, proteínas e gorduras em energia. Quando esses nutrientes estão em níveis baixos, o organismo não consegue completar o processo de forma eficiente, levando à fadiga antecipada e queda de rendimento durante o treino.
Estresse oxidativo e risco de lesões
Durante exercícios intensos, a produção de radicais livres aumenta. Vitaminas antioxidantes, como C e E, neutralizam essas moléculas e protegem as células contra danos. Sem elas, a recuperação torna-se mais lenta e o risco de lesões musculares cresce.
Impacto de macronutrientes insuficientes
Além dos micronutrientes, a carência de carboidratos reduz o estoque de glicogênio muscular, dificultando treinos de alta intensidade. Já a falta de proteínas compromete o reparo das fibras musculares, prejudicando a hipertrofia e a recuperação.
Vitaminas relacionadas à performance
Complexo B: essenciais para o metabolismo energético.
Vitamina D: auxilia na síntese proteica, na função das fibras musculares e na saúde óssea; níveis baixos estão associados a menor força e maior incidência de lesões.
Vitaminas C e E: agem como antioxidantes, favorecendo a recuperação muscular.
Folato e B12: participam da formação de glóbulos vermelhos; a deficiência pode causar anemia e reduzir o transporte de oxigênio, comprometendo a performance aeróbica.
Sinais de alerta e diagnóstico
Cansaço desproporcional, dificuldade de progressão nos treinos, recuperação lenta, maior frequência de lesões ou infecções e alterações de humor ou sono podem indicar falta de nutrientes. A confirmação exige exames laboratoriais, recomendados e avaliados por profissionais de saúde, ressalta a nutricionista.
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Estratégias de recuperação
O ajuste alimentar é o primeiro passo, priorizando variedade e densidade nutricional com frutas, verduras, legumes, proteínas e carboidratos adequados ao tipo de atividade. Quando exames comprovam a deficiência, a suplementação deve ser personalizada, levando em conta a individualidade bioquímica e o volume de treino.
Segundo Lugli, a reversão do quadro depende de um conjunto de ações: dieta equilibrada, adequação da intensidade dos exercícios e, quando necessário, suplementação específica.
Com informações de Webrun



