Treinar além do necessário não afeta apenas músculos e articulações. Entre corredores, o chamado overtraining tem se tornado um fator de esgotamento emocional, reduzindo a motivação e o prazer pela corrida, segundo especialistas em preparação física e saúde mental.
Causas do desgaste
A cultura de superação constante, na qual descansar é visto como sinal de fraqueza, figura como principal gatilho. A cobrança excessiva estimula a produção de cortisol, hormônio ligado ao estresse, e encurta o tempo de recuperação emocional.
Mesmo em dias sem treino, muitos atletas mantêm a mente focada em índices de desempenho. Essa falta de “desligamento” impede a reposição de neurotransmissores como serotonina e dopamina, ligados à sensação de bem-estar.
A busca por validação externa, alimentada por aplicativos e redes sociais, também pesa. Curtidas e comentários substituem o prazer intrínseco de correr, tornando o exercício uma obrigação voltada a resultados públicos.
Somam-se ainda as pressões do cotidiano — trabalho, relacionamentos, falta de sono — que drenam a energia necessária para lidar com a carga de treinos e competições, provocando fadiga sistêmica.
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Sinais de alerta
Especialistas listam sete indícios de fadiga emocional:
- Falta de entusiasmo;
- Irritabilidade;
- Impaciência;
- Sensação de vazio;
- Dificuldade de concentração;
- Alterações de sono;
- Vontade de desistir mesmo gostando da corrida.
Importância da recuperação
Quando o equilíbrio entre esforço e pausa se rompe, o overtraining se instala. O problema não é necessariamente a quantidade de treinos, mas a insuficiência de recuperação física e mental. Uma mente exausta desvia do corpo a energia que seria destinada ao exercício, comprometendo a performance.
Com informações de Webrun



