As doenças cardiovasculares permanecem na liderança das causas de morte no Brasil, com mais de 350 mil óbitos anuais, segundo o Ministério da Saúde. No Dia Nacional do Colesterol, celebrado em 8 de agosto, médicos reforçam a necessidade de diagnóstico precoce e mudanças de hábitos para reduzir o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Alta prevalência entre adultos e crianças
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde mostram que 32,7% da população adulta apresentam colesterol total igual ou superior a 200 mg/dL, índice maior entre mulheres (35,1%). O HDL alterado atinge 31,8% dos brasileiros—42,8% dos homens e 22,0% das mulheres—, enquanto o LDL a partir de 130 mg/dL é verificado em 18,6% dos adultos, também mais frequente no sexo feminino (19,9%).
Entre crianças e adolescentes, levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais indica que 27% têm colesterol alto e cerca de 20% registram níveis elevados de LDL.
Buscas na internet dobram em um ano
Entre o segundo semestre de 2024 e os sete primeiros meses de 2025, a plataforma Doctoralia observou duplicação nas pesquisas pelo termo “colesterol”. Segundo a empresa, “colesterol alto” e “hipercolesterolemia” lideram os acessos a perfis médicos. Na seção Pergunte ao Especialista, há cerca de 900 questões relacionadas ao tema. Em 2024, essas perguntas somaram 429.511 visualizações; de janeiro a julho de 2024 foram 289 mil acessos, ante mais de 98 mil no mesmo período de 2025.
Cinco orientações para manter o colesterol sob controle
O cardiologista Mozar Suzigan recomenda medidas simples e eficazes para todas as idades:
- Alimentação equilibrada: priorizar frutas, verduras, legumes e grãos integrais; reduzir gorduras saturadas, açúcar, carboidratos refinados e alimentos ultraprocessados.
- Atividade física regular: exercícios aumentam o HDL (colesterol “bom”) e ajudam no controle do peso.
- Manter peso adequado: sobrepeso e obesidade estão ligados ao aumento do colesterol.
- Evitar tabaco e álcool em excesso: ambos alteram o perfil lipídico.
- Exames periódicos: monitorar colesterol permite detectar alterações precocemente e prevenir complicações.
Novas terapias disponíveis no país
No campo do tratamento, duas classes de medicamentos ganham destaque:
Imagem: Divulgação
- Inclisirana: injeção aprovada pela Anvisa que reduz a produção da proteína PCSK9, responsável pela degradação dos receptores que removem LDL da circulação.
- Inibidores de PCSK9: já comercializados, são aplicados por via injetável e promovem quedas expressivas nos níveis de colesterol.
Há ainda o ácido bempedoico, novo fármaco oral que bloqueia a enzima ATP-citrato liase e se apresenta como alternativa para pacientes intolerantes às estatinas ou que necessitam complemento terapêutico. Apesar da eficácia, as opções injetáveis têm custo elevado e são indicadas apenas para quadros clínicos específicos.
O especialista reforça que todos os adultos devem conhecer seus valores de colesterol, apolipoproteína B e lipoproteína (a) para definir, junto ao médico, a melhor estratégia de controle.
Com informações de Webrun



